sábado, 1 de maio de 2010

Ceticismo

Tenho câmaras de reflexão em meu quarto
Como um capitólio sem Whasington e sem ateus.
O templo em que medito os sonhos meus
Tem uma pequena clarabóia onde me farto.

Não lembro de minha infância nem de meu parto,
Nunca acreditei num febo e em nenhum zeus,
Quando duvido, o meu ioga é Laus Deo...
Sou fraco, mas dessa fraqueza me afasto...

- Oh! altar do ocultismo que me aterra!
Se o verdadeiro ceticismo é a guerra
Choro de pé entre essa guerra e assisto.

-Ah, dúvida do meu coração tão desgraçado!
Se no verdadeiro ceticismo não fui envenenado
Oro de joelhos aos pés de Cristo!

Dor

- Ah! que pesar é esse que me afunda a chaga
Como uma pancada? - Chora coração,
Respira na mágoa que a tua artéria afaga...
Que as tuas veias cavas são clarins da solidão...

Neste corpo que o meu músculo esmaga
Tirita como as cordas de um latente violão
A artéria cheia de lama, a veia que amarga,
E os tendões quebrados de minha mão.

(A dor me matou!) Mágoas obscuras
Do meu sofrimento, gritos que vem me afligir,
Vulcão de enfermos nos meus trilhos...

Não vos buscareis, células futuras!
Não deixarei tal legado atingir,
A grande inexistência de meus filhos!