sábado, 1 de maio de 2010

Dor

- Ah! que pesar é esse que me afunda a chaga
Como uma pancada? - Chora coração,
Respira na mágoa que a tua artéria afaga...
Que as tuas veias cavas são clarins da solidão...

Neste corpo que o meu músculo esmaga
Tirita como as cordas de um latente violão
A artéria cheia de lama, a veia que amarga,
E os tendões quebrados de minha mão.

(A dor me matou!) Mágoas obscuras
Do meu sofrimento, gritos que vem me afligir,
Vulcão de enfermos nos meus trilhos...

Não vos buscareis, células futuras!
Não deixarei tal legado atingir,
A grande inexistência de meus filhos!

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