sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ambivalência

Punge o teu peito ferido com a sombra que passa
Sobre e a tua cabeça, sejas rutilante e sombrio:
Da carne sorve o penetrante frio,
Mas a luz da alma não fuja para a desgraça!

Morde como um cão a mão que te abraça,
Que, essa que te abraça, das lágrimas faz um rio
Para que tenhas dó, pena, e chore a fio,
Deixe que a alma chore, é para ti uma graça!

Vibra triste este lastimoso verso, com melodia
Entre a luz, e loucura entre o furor da covardia.
Veja-o morto dentro de uma sepultura,

Sexualizado de morte - Berço Tirano -.
Pega-o, sem o engano do véu e do pano
E leia-o, sem o segredo da carne e da ternura...

Nenhum comentário:

Postar um comentário