segunda-feira, 12 de abril de 2010

O poeta morto

Sobre o cume de cadáveres recama
E emerge a falange dos germes vagarosos
Que escorrem sobre os crânios dolorosos
E comem as últimas fibras da lama!

Que pensou Deus ao criar vermes nojentos?
Ah, estes vermes que o imundo coração
È o rumor vertiginoso da infecção,
E irmão de sepulcros macilentos...

Ò,é festa de cadáveres, e assisto
De cima. Não entendo, e ainda insisto
Fitar a face inerte de um morto...

Sim, vejo, não faz sentido, parece que não existo!
Meu Deus! e o miserável cadáver que fito
È o próprio cadáver do meu corpo!

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