quarta-feira, 2 de junho de 2010

Vencido pela vida

Ò meu pão germinado pela vida, verme
Que me alimenta de podridão e peçonha,
Que me abraça e acalenta, medonha
Úlcera desde a origem desse verme...

O ar que respiro é o núcleo, é o cerne
Da minha cabeça, que nem ao menos sonha
Viver na ventura da vergonha
A ridícularidade dessa fraca epiderme!

Já essa vida, essa vida de dor que arde
Nas fortalezas das pálpebras que tremem
Sempre entra pelas glândulas do covarde...

Compelido pelas forças do sêmen
Que já está formado, é tarde
Para aborto, e o que dói são as lágrimas que gemem...

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