sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando chegar o momento, saberás!

Quantos mijaram no teu copo de aniversário?
Quantos quebraram as tuas chaves de plástico?
Quantos acharam na confusão do teu afago implorado
Os escarros de uma perfídia que te jogou no escuro?

Que flores?
Que rosas?
Que céu?
Que pedra?

Quem apodreceu num arrepio os teus procedimentos?
Cerrou, acabou, morreu?

Em mil pecados escorreu
Seu dia frio,
Sua esperança escassa,
Seu fenecer bailado,
Seu jejum de uma gula,
Seu morrer mais cedo,
Sua larva amassada...

Quem passou te beijou?
Quem correu te viu?
Quem te viu te abraçou?
Quem irá colar no teu abraço uma esperança?

- Cai aqui dentro da poesia
E deixa os insetos mijar em teu corpo,
Deixa os camêlos defecar em tua lingua,
Deixa as aves bicar os teus olhos,
Deixa o pranto cuspir o teu coração podre!

Sem dizer nada,
Sem gemer,
Sem cansar,
Sem carinho,
Sem protesto,
Sem versos,
Sem luz,
Sem Poeta,
Sem nada!...

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